É válido procurarmos conhecer a que má e penosa servidão nos sujeitamos quando nos abandonamos ao poder alternado dos prazeres e das dores, esses dois amos tão caprichosos quanto tirânicos.
Muitas coisas não ousamos empreender por parecerem difÃceis; entretanto, são difÃceis porque não ousamos empreendê-las.
Nisto erramos: em ver a morte à nossa frente, como um acontecimento futuro, enquanto grande parte dela já ficou para trás. Cada hora do nosso passado pertence à morte.
As coisas não são elogiadas porque são desejáveis, mas desejadas porque são elogiadas.
A mulher ou ama, ou odeia; com ela não há uma terceira hipótese.
Os vÃcios de outrora são os costumes de hoje.
Quem vive na tranquilidade, que seja mais ativo; quem vive na atividade deve encontrar tempo para descansar. Segue a natureza: ela te lembrará que fez o dia e a noite.
Trabalha como se vivesses para sempre. Ama como se fosses morrer hoje.
Os vÃcios sufocam os homens e andam a sua volta,não lhes permitindo levantar nem erguer os olhos para distinguir a verdade.Permanecem imersos,presos ás paixões,não favorecendo um voltar-se para si próprio.Mesmo encontrando alguma paz,eles continuam sendo levados por suas ambições,não achando tranquilidade,tal como o fundo do mar que, depois da tempestade,ainda continua agitado
Mas se, em toda a parte e sob todas as formas, não buscas senão o prazer, fica sabendo que tão longe estás da sabedoria como da alegria verdadeira. Pretendes obter a alegria, mas falharás o alvo se pensas vir a alcançá-la por meio das riquezas ou das honras, pois isso será o mesmo que tentar encontrar a alegria no meio da angústia; riquezas e honras, que buscas como se fossem fontes de satisfação e prazer, são apenas motivos para futuras dores.