Livros de Paulo Franchetti

Sobre o Autor

Paulo Franchetti

Paulo Franchetti é um crítico literário, professor e escritor brasileiro, nascido em São Paulo.

Melhores Livros de Paulo Franchetti

Porque não sabemos o nome Tenho de exclamar apenas: Quantas flores amarelas!

Ao longo da estrada: A próxima descida trará Mais quaresmeiras em flor!

Quando me canso da paisagem Do leste, viro a cadeira Para oeste.

Também para eles Está chegando o natal - Ah, os leitõezinhos...

Porque não sabemos o nome Tenho de exclamar apenas: Quantas flores amarelas!

Ao virar a esquina, Saindo de trás do prédio - A lua cheia.

Crescem mais pêlos Nas minhas orelhas - Mais um ano chega ao fim...

Choveu há pouco - O sol baixa das nuvens Finas cortinas de névoa.

Ruído de chinelos No quintal do lado - Mas que calor...

Pardais No meio da garoa - Está chegando o inverno.

Mamonas estalam. Os cachos da acácia Parecem imóveis.

A chuva passou. A noite um instante volta A ser fim-de-tarde.

Azul e verde e cinza - Olhando bem, o céu É de todas as cores!

A princípio: O que é aquilo?, Mas depois... Campos de arroz!

A velha ponte - No pó ajuntado entre as tábuas, Brota o capim.

Patos selvagens. Por que iriam dois para o norte E dois para o sul?

O sol se põe Sobre o riozinho sujo - Ah, infância!

Também para eles Está chegando o natal - Ah, os leitõezinhos...

Olhando bem O cafezal, na verdade, São laranjeirinhas...

Tardes de Cuiabá: Garças e periquitos Voando pra noroeste.

Ao longo da estrada: A próxima descida trará Mais quaresmeiras em flor!

Mesmo com fome, Não se apressa como as outras A galinha manca.

Na casa do avô Havia tantos pernilongos Em noites como esta!

Entre os mugidos do gado E o cheiro de capim, Nasce a lua cheia.

O lago da montanha - Termina do lado leste A tarde dos patos

Não há comida E as moscas se ocupam Em fazer mais moscas.

Sob a névoa fria, O cemitério da vila Cercado de ciprestes

Em toda a longa viagem, Só agora encontrei Um cafezal!

Perfume de pinho - Nascem, no fumante convicto, Firmes projetos de saúde.

Pelo espelho do carro, Os campos que outrora foram A casa do avô.