Livros de William Blake

A ave constrói o ninho; a aranha, a teia; o homem, a amizade.

Sobre o Autor

William Blake

William Blake nasceu em Londres, Inglaterra em 1757 e faleceu em 1827. Escreveu poemas românticos.

Melhores Livros de William Blake

Mais frases de William Blake

Exuberância é Beleza.

A abelha atarefada não tem tempo para a tristeza.

Se o doido persistisse na sua loucura tornar-se-ia sensato.

A Energia é a eterna Alegria.

Antes não se imaginava o que agora é provado.

A tua amizade já me fez sofrer muitas vezes, sê meu inimigo em nome da amizade.

Nós dois lemos a Bíblia dia e noite, / mas tu lês negro onde eu leio branco.

Aqueles que reprimem o desejo assim o fazem porque o seu desejo é fraco o suficiente para ser reprimido.

Nunca saberás o que é suficiente enquanto não souberes o que é mais que suficiente.

Aquilo que hoje está provado não foi outrora mais do que imaginado.

Uma verdade que é dita com má intenção derrota todas as mentiras que possamos inventar.

A prudência é uma rica rapariga que não casou, a quem a incapacidade faz a corte.

O caminho do desmedido conduz ao palácio da sabedoria.

A ave constrói o ninho; a aranha, a teia; o homem, a amizade.

Quem nunca altera a sua opinião é como a água parada e começa a criar répteis no espírito.

O homem não tem um corpo separado da alma. Aquilo que chamamos de corpo é a parte da alma que se distingue pelos seus cinco sentidos.

Veja o mundo num grão de areia, veja o céu em um campo florido, guarde o infinito na palma da mão, e a eternidade em uma hora de vida!

Uma verdade de má-fé contada é capaz de derrotar qualquer mentira por ti inventada

Mostro a todos vós o mundo pleno de vida, onde toda partícula de Pó exala o alento de sua alegria

In seed time learn, in harvest teach, in winter enjoy. W.Blake

Prudence is a rich ugly old maid courted by Incapacity

Provérbios do Inferno No tempo da semeadura, aprende; na colheita, ensina; no inverno, desfruta. Conduz teu carro e teu arado por sobre os ossos dos mortos. A estrada do excesso leva ao palácio da sabedoria. A Prudência é uma solteirona rica e feia, cortejada pela Impotência. Quem deseja, mas não age, gera a pestilência. O verme partido perdoa ao arado. Mergulha no rio quem gosta de água. O tolo não vê a mesma árvore que o sábio. Aquele, cujo rosto não se ilumina, jamais há de ser uma estrela. A Eternidade anda apaixonada pelas produções do tempo. A abelha atarefada não tem tempo para tristezas. As horas de loucura são medidas pelo relógio; mas nenhum relógio mede as de sabedoria. Os alimentos sadios não são apanhados com armadilhas ou redes. Torna do número, do peso e da medida em ano de escassez. Nenhum pássaro se eleva muito, se eleva com as próprias asas. Um cadáver não vinga as injúrias. O ato mais sublime é colocar outro diante de ti. Se o louco persistisse em sua loucura, acabaria se tornando Sábio. A loucura é o manto da velhacaria. O manto do orgulho é a vergonha. As Prisões se constroem com as pedras da Lei, os Bordéis, com os tijolos da Religião. O orgulho do pavão é a glória de Deus. A luxúria do bode é a glória de Deus. A fúria do leão é a sabedoria de Deus. A nudez da mulher é a obra de Deus. O excesso de tristeza ri; o excesso de alegria chora. A raposa condena a armadilha, não a si própria. Os júbilos fecundam. As tristezas geram. Que o homem use a pele do leão; a mulher a lã da ovelha. O pássaro, um ninho; a aranha, uma teia; o homem, a amizade. O sorridente tolo egoísta e melancólico tolo carrancudo serão ambos julgados sábios para que ejam flagelos. O que hoje se prova, outrora era apenas imaginado. A ratazana, o camundongo, a raposa, o coelho olham as raízes; o leão, o tigre, o cavalo, o elefante olham os frutos. A cisterna contém; a fonte derrama. Um só pensamento preenche a imensidão. Dizei sempre o que pensa, e o homem torpe te evitará. Tudo o que se pode acreditar já é uma imagem da verdade. A águia nunca perdeu tanto o seu tempo como quando resolveu aprender com a gralha. A raposa provê para si, mas Deus provê para o leão. De manhã, pensa; ao meio-dia, age; no entardecer, come; de noite, dorme. Quem permitiu que dele te aproveitasses, esse te conhece. Assim como o arado vai atrás de palavras, assim Deus recompensa orações. Os tigres da ira são mais sábios que os cavalos da instrução. Da água estagnada espera veneno. Nunca se sabe o que é suficiente até que se saiba o que é mais que suficiente. Ouve a reprovação do tolo! É um elogio soberano! Os olhos, de fogo; as narinas, de ar; a boca, de água; a barba, de terra. O fraco na coragem é forte na esperteza. A macieira jamais pergunta à faia como crescer; nem o leão, ao cavalo, como apanhar sua presa. Ao receber, o solo grato produz abundante colheita. Se os outros não fossem tolos, nós teríamos que ser. A essência do doce prazer jamais pode ser maculada. Ao veres uma Águia, vês uma parcela da Genialidade. Levanta a cabeça! Assim como a lagarta escolhe as mais belas folhas para deitar seus ovos, assim o sacerdote lança sua maldição sobre as alegrias mais belas. Criar uma florzinha é o labor de séculos. A maldição aperta. A benção afrouxa. O melhor vinho é o mais velho; a melhor água, a mais nova. Orações não aram! Louvores não colhem! Júbilos não riem! Tristezas não choram! A cabeça, o Sublime; o coração, o Sentimento; os genitais, a Beleza; as mãos e os pés, a Proporção. Como o ar para o pássaro ou o mar para o peixe, assim é o desprezo para o desprezível. A gralha gostaria que tudo fosse preto; a coruja, que tudo fosse branco. A Exuberância é a Beleza. Se o leão fosse aconselhado pela raposa, seria ardiloso. O Progresso constrói estradas retas; mas as estradas tortuosas, sem o Progresso, são estradas da Genialidade. Melhor matar uma criança no berço do que acalentar desejos insatisfeitos. Onde o homem não está a natureza é estéril. A verdade nunca pode ser dita de modo a ser compreendida sem ser acreditada. É suficiente! Ou Basta.

Eu, pecador, absoluto em meu pecado, todo poderoso construtor dos meus desvarios, confesso-me a mim. Persigno-me, persigo-me, prossigo nesta impossível impassível jornada, trama indecifrável. Eu, pecador, crivado pelas setas e espinhos da dúvida, indivíduo no mundo, persigo meu sonho. E meu sonho intromete-se em minha vigília, soltando no ar os seres que povoam minha mente. ...Assim estava, assim pensava ele, abandonado ao tépido calor daquele vinho, naquele fim de tarde, jogado sobre a poltrona, quase a dormir, naquele profundo retalhar de coisas antigas, de crenças antigas, naquele ato de dissecar as próprias dúvidas, a própria vida. De repente, ouve um zumbido e o barulho de vida próximo a ele. É uma mosca, que ronda o ar, ao redor da fruteira. Ali estão as peras, que adormecem e apodrecem seu marasmo , lassidão, solidão e abandono. A menos que uma mão faminta tome-as, levando-as à boca para saciar a fome, elas ali permanecerão, eternamente em seu marasmo, apodrecendo. Ele observa a mosca, que zumbindo em círculos aproxima-se da fruteira. E se admira ao ver seu vôo bonito, concêntrico, o brilho refletido em suas asas azuis quando o sol rebate nelas diretamente. Acompanhando com o olhar vê quando ela, finalmente, pousa sobre as frutas. Como que magnetizado, sente-se penetrar na realidade daquele inseto, que agora passeia sobre a superfície dourada da pêra; ele agora é a própria mosca e passeia sobre a fruta, sentindo toda a carícia do veludo sob as patas, a tepidez dourada provocando arrepio nos pelos. Prepara-se para sugar todo o seu sumo, sua seiva. E exatamente quando começa a gozar as delícias de sua empreitada, desvia os olhos para cima, deparando-se com um magnífico azul violáceo , um sol que a convida a viagem rumo a outros ambientes. E ela imagina milhares e milhares de novos frutos, antecipando delícias de paraísos inimagináveis. E se divide: não sabe mais se se entrega ao doce ofício de sugar a seiva da dourada pêra ou se levanta vôo em busca de outras paragens. E se debate entre, e se confunde, não percebendo a pesada m~´ao de alguém que se abate sobre ela, que agora está tombada, inerte sobre a fruta. ... Quando sentiu a tragédia, voltou a ser ele próprio, sentindo as forças esgotarem-se nos estertores da morte. Novamente é ele o observador, e observa a cena: as peras continuam na fruteira, no mesmo lugar a mesa e a toalha, as flores, a sala, ele e seus olhos. Tudo permanece, como sempre, apenas a mosca está morta e já não faz mais parte do ambiente. E no entanto, nada mudou. Todo o conflito que viveu, todo o seu angustiante dividir-se, tudo é acabado. O mundo permanece, indiferente à sua morte, à sua queda. O seu pequeno mundo, feito de uma sala, de uma mesa e de uma fruteira cheia de peras, que continuam adormecidas, apodrecendo sua solidão e seu marasmo nas tardes quentes. Silenciosamente, pé ante pé, como se cumprisse um ritual, ele se levanta e se aproxima da fruteira. Com a ponta dos dedos retira cuidadosamente o inseto, e sem uma sombra de qualquer sentimento no rosto, atira-o na cesta de lixo, seu último reduto. Eu, pecador, absoluto em meu pecado, todo poderoso construtor dos meus desvarios, confesso-me a mim. E jogado sobre a poltrona, nestas tardes monótonas e quentes, pressinto e antecipo a queda da próxima mosca, e o ranger de dentes das peras, deixadas solitárias na fruteira.

Não revele aos amigos os seus segredos, porque você não sabe se algum se tornará seu inimigo. Não cause ao seu inimigo todo o mal que lhe possa fazer, porque você não sabe se ele se tornará um dia seu amigo.

Há um Sorriso que é de Amor E há um Sorriso de Maldade, E há um Sorriso de Sorrisos Onde os dois Sorrisos têm parte. E há uma Careta de Ódio E há uma Careta de Desdém E há uma Careta de Caretas Que te esforças em vão pra esquecê-la bem Pois ela fere o Coração no Cerne E finca fundo na espinha Dorsal E não um Sorriso que nunca tenha sido Sorrido Mas só um Sorriso solitário Que entre o Berço e o Túmulo Somente uma vez se Sorri assim Mas quando é Sorrido uma vez Todas a Tristeza tem seu fim

Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito.

A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê

Veja o mundo num grão de areia, veja o céu em um campo florido, guarde o infinito na palma da sua mão, e a eternidade em uma hora da vida.

Como pode uma ave, nascida para a alegria Ficar numa gaiola e cantar?

Ambos lemos a Bíblia noite e dia, mas tu lês preto onde eu leio branco.

O que agora é comprovado foi um dia imaginado.

O que agora é comprovado, antigamente era só imaginado.

Tigre, tigre que flamejas Nas florestas da noite. Que mão que olho imortal Se atreveu a plasmar tua terrível simetria?

A simpatia é o coração a sorrir no rosto.

If the doors of perception were cleansed everything would appear to man as it is, infinite. Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito.

O Jardim do Amor Tendo ingressado no Jardim do Amor, Deparei-me com algo inusitado: haviam construído uma Capela No meio, onde eu brincava no gramado. E ela estava fechada; Tu não podes Era a legenda sobre a porta escrita. Voltei-me então para o Jardim do Amor, Onde crescia tanta flor bonita, E recoberto o vi de sepulturas E lousas sepulcrais, em vez de flores; E em vestes negras e hediondas os padres faziam rondas, E atavam com nó espinhoso meus desejos e meu gozo.

Augúrios de inocência Ver um mundo num grão de areia, E um céu numa flor do campo, Capturar o infinito na palma da mão E a eternidade numa hora Um tordo rubro engaiolado deixa o céu inteiro irado Um cão com dono e esfaimado prediz a ruína do estado Ao grito da lebre caçada da mente, uma fibra é arrancada Ferida na asa a cotovia, um querubim, seu canto silencia.... ....Toda noite e toda manhã linda, uns nascem para o doce gozo ainda outros nascem numa noite infinda Passamos na mentira a acreditar qdo não vemos através do olhar que uma noite nos traz e outra deduz, quando a alma dorme mergulhada em luz Deus aparece e Deus é luz amada para aqueles que na noite têm morada E na forma humana se anuncia, para aqueles que vivem nas regiões do dia.

The School Boy I love to rise in a summer morn When the birds sing on every tree; The distant huntsman winds his horn, And the sky-lark sings with me. O! what sweet company. But to go to school in a summer morn, O! it drives all joy away; Under a cruel eye outworn, The little ones spend the day In sighing and dismay. Ah! then at times I drooping sit, And spend many an anxious hour, Nor in my book can I take delight, Nor sit in learning’s bower, Worn thro’ with the dreary shower. How can the bird that is born for joy Sit in a cage and sing? How can a child, when fears annoy, But droop his tender wing, And forget his youthful spring? O! father mother, if buds are nip’d And blossoms blown away, And if the tender plants are strip’d Of their joy in the springing day, By sorrow and care’s dismay, How shall the summer arise in joy, Or the summer fruits appear? Or how shall we gather what griefs destroy, Or bless the mellowing year, When the blasts of winter appear?

Mad Song The wild winds weep And the night is a-cold; Come hither, Sleep, And my griefs infold: But lo! the morning peeps Over the eastern steeps, And the rustling birds of dawn The earth do scorn. Lo! to the vault Of paved heaven, With sorrow fraught My notes are driven: They strike the ear of night, Make weep the eyes of day; They make mad the roaring winds, And with tempests play. Like a fiend in a cloud, With howling woe, After night I do crowd, And with night will go; I turn my back to the east, From whence comforts have increasd; For light doth seize my brain With frantic pain.