Livros de Saint-Exupêry

Não há ascensão que não doa. Toda metamorfose faz doer. Não penetro nesta música, se primeiro não sofri com ela. Porque ela não deve passar do próprio fruto do meu sofrimento.

Sobre o Autor

Saint-Exupêry

Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry - Nasceu no ano de 1900, foi escritor, ilustrador e piloto de caça da Segunda Guerra Mundial.

Melhores Livros de Saint-Exupêry

Mais frases de Saint-Exupêry

Se alguma coisa se te opõe e te fere, deixa crescer. É que estás a ganhar raízes e a mudar. Abençoado ferimento que te faz parir de ti próprio.

Uma pessoa para compreender tem de se transformar.

Assentei o amor pelos meus nessa dádiva de sangue, assim como a mãe assenta o seu amor no leite que dá. É aí que reside o mistério. É preciso começar pelo sacrifício para alicerçar o amor.

Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.

O que dá beleza ao deserto é que esconde um poço de água em qualquer parte

Apesar da vida humana não ter preço, agimos sempre como se certas coisas superassem o valor da vida humana.

O amor são caminhos invisíveis que libertam as pessoas.

Só com o coração conseguimos ver corretamente. O essencial é invisível aos olhos.

Amar não é um olhar para o outro,mas ambos na mesma direção.

Os seres são vazios, se não são como janelas ou clarabóias abertas para Deus.

Não há ascensão que não doa. Toda metamorfose faz doer. Não penetro nesta música, se primeiro não sofri com ela. Porque ela não deve passar do próprio fruto do meu sofrimento.

Tu seras pour moi unique au monde. Je serai pour toi unique au monde

A perfeição não é alcançada quando não há mais nada a ser incluído. A perfeição é alcançada quando não há mais nada a ser retirado.

Foi o tempo de dedicaste a tua rosa que a tornou única para você.

Tu és responsável por aquilo que cativas

É quando resistes que conhece o que te move. E, para a folha entregue ao vento, deixa de haver vento, da mesma maneira que para a pedra liberta deixa de haver peso.

Tu és responsável por aquele que cativas

Na minha civilização, aquele que é diferente de mim não me empobrece; me enriquece

Em cada um de nós há um segredo, uma paisagem interior com planícies invioláveis, vales de silêncio e paraísos secretos.

Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposas igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

Os homens não tem mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não tem mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me -Que é preciso fazer? -É preciso ser paciente_ Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, a cada dia, e sentarás mais perto (...) É preciso ter ritos. -O que é um rito? -É ma coisa muito esquecida também _ É o que faz com que um dia seja diferente de outros dias; uma hora, das outras

E foi então que apareceu a raposa. __ Bom dia - disse a raposa. __ Bom dia - respondeu educadamente o pequeno príncipe, que , olhando a sua volta, nada viu. __ Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira... __ Quem és tu? - perguntou o principezinho. __ Tu es bem bonita... __ Sou uma raposa - disse a raposa. __ Vem brincar comigo - propôs ele. __ Estou tão triste... __ Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. __ Não me cativaram ainda. __ Ah! desculpa - disse o principezinho. Mas após refletir, acrescentou: __ O que quer dizer cativar? __ Tu não és daqui - disse a raposa. __ Que procuras? __ Procuro homens - disse o pequeno príncipe. __ Que quer dizer cativar? __ Os homens - disse a raposa - têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas? __ Não - disse o príncipe. __ Eu procuro amigos. __ Que quer dizer cativar? __ É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. __ Significa criar laços... __ Criar laços? __ Exatamente - disse a raposa. __ Tu não és nada para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E Não tenho necessidade de ti. E tu também não tem necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. Eu serei para ti única no mundo... __ Começo a compreender - disse o pequeno príncipe. __ Existe uma flôr... eu creio que ela me cativou... __ É possível - disse a raposa. __ Vê-se tanta coisa na Terra... __ Oh! não foi na Terra - disse o principezinho. A raposa pareceu intrigada: __ Num outro planeta? __ Sim. __ Há caçadores nesse outro planeta? __ Não. __ Que bom! E galinhas? __ Também não __ Nada é perfeito - suspirou a raposa. Mas a raposa retornou a seu raciocínio. __ Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe: __ Por favor... cativa-me! -disse ela. __ Eu até gostaria -disse o principezinho -, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer. __ A gente só conhece bem as coisas que cativou -disse a raposa. __ Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! __ O que é preciso fazer? -perguntou o pequeno príncipe. __ É preciso ser paciente -respondeu a raposa. __ Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. E te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto... No dia seguinte o príncipe voltou. __ Teria sido melhor se voltasses à mesma hora -disse a raposa. __ Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual. __ Que é um ritual? -perguntou o principezinho. __ É uma coisa muito esquecida também -disse a raposa. __ É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adoram um ritual. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu nunca teria férias! Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse: __ Ah! Eu vou chorar. __ A culpa é tua -disse o principezinho. __ Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse... __ Quis -disse a raposa. __ Mas tu vais chorar! -disse ele. __ Vou - disse a raposa. __ Então não terás ganho nada! __ Terei, sim - disse a raposa __ por causa da cor do trigo. Depois ela acrescentou: __ Vai rever as rosas. Assim, compreenderá que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo. O pequeno príncipe foi rever as rosas: __ Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativaste ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo. E as rosas ficaram desapontadas. __ Sóis belas, mas vazias -continuou ele. __Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mas importante que todas vós, pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem abriguei com o pára-vento. Foi nela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. Já que ela é a minha rosa. E voltou, então, à raposa: __ Adeus... -disse ele. __ Adeus -disse a raposa. __ Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. __ O essencial é invisível aos olhos -repetiu o principezinho, para não esquecer. __ Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante. __ Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... -repetiu ele, para não esquecer. __ Os homens esqueceram essa verdade -disse ainda a raposa. __ Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa... __ Eu sou responsável pela minha rosa... -repetiu o principezinho, para não esquecer.

A gente só conhece bem as coisas que cativou. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinhos nas lojas. Maa, como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.

Abre-se o coração dos outros quando se abre o próprio coração. A humildade de coração não exige que te humilhes, mas que te abras. É o segredo das permutas. Só assim então poderás dar e receber. Aonde quer que vás, leva teu coração!

Foi então que apareceu a raposa: — Bom dia, disse a raposa. — Bom dia, respondeu polidamente o principezinho. — Quem és tu? Tu és bem bonita... — Sou uma raposa, disse a raposa. — Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste. — Eu não posso brincar contigo, disse ela. Não me cativaram ainda. — Que quer dizer cativar ? — É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa criar laços... — Criar laços ? —Tu és ainda para mim um garoto igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim ÚNICO no mundo. E eu serei para ti única no mundo... E a raposa continuou: — Minha vida é monótona. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... — Por favor... cativa-me! - disse a raposa. — Bem quisera, disse o principezinho. Mas tenho pouco tempo e amigos a descobrir e coisas a conhecer. — A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo pronto na lojas. Mas como não existem lojas de amigos, eles não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me ! — Que é preciso fazer ? — É preciso ser paciente. Sentarás primeiro longe. Eu te olharei e tu não dirás nada. A linguagem é fonte de mal-entendidos. Mas cada dia sentarás mais perto... E virás sempre na mesma hora. Se tu vens às 4, desde às 3 eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz.Às 4 horas, então, eu estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade. Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... Assim, o principezinho cativou a raposa.

Em cada um de nós há um segredo, uma paisagem interior com planícies invioláveis, vales de silêncio e paraísos secretos.