Livros de Miguel Unamuno

Sobre o Autor

Miguel Unamuno

Filósofo e escritor espanhol, Unamuno é classificado dentro da "geração de 98" espanhola. Ficou conhecido por desafiar o governo de Franco.

Melhores Livros de Miguel Unamuno

Quanto menos se lê, mais dano provoca o que se lê.

A palavra sábia é aquela que, dita a uma criança, é sempre compreendida sem a necessidade de explicações.

Se amo alguns livros são aqueles em que sinto que o seu autor, que pode ter morrido séculos antes de eu ter sido engendrado, se dirigia a mim, a mim pessoal e concretamente, a mim em confidência.

A existência não tem razão de ser, está acima de todas as razões.

Não seja o teu pesar pelo que fizeste senão o propósito de tua futura melhora; todo outro arrependimento não é senão morte.

Geralmente, quando detestamos alguma coisa nos outros é porque a sentimos em nós mesmos. Não nos aborrecem os defeitos que não temos.

Escreve claro quem concebe ou imagina claro; com vigor, quem com vigor pensa, por ser a língua um vestido transparente do pensamento.

Felizes daqueles cujos dias são todos iguais!

Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos.

O que é o paradoxo? Uma palavra que os tolos inventaram para a aplicar a tudo o que ouvem pela primeira vez. Para Adão, tudo seria paradoxo, ou melhor, nada o seria.

Os homens vivem juntos, porém cada um morre sozinho e a morte é a suprema solidão.

As línguas, como as religiões, vivem de heresias.

Quase sempre me vi tratado de menino velho, o que me consola, pois creio que é o melhor caminho para chegar a velho menino.

O horror ao trabalho dá trabalhos sem conta.

A dor é a substância da vida e a raiz da personalidade, pois somente sofrendo se é uma pessoa.

Ler muito é um dos caminhos para a originalidade; uma pessoa é tão mais original e peculiar quanto mais conhecer o que disseram os outros.

Se a mortalidade da alma pode ser terrível, não menos terrível pode ser a sua imortalidade.

Não dês a ninguém aquilo que te peça, mas aquilo que achas que necessita; e suporta logo a ingratidão.

É preciso esquecer para viver; a vida é esquecimento; cumpre abrir espaço para o que está por vir.

Ler, ler, ler, viver a vida que outros sonharam.

Diz a tua palavra e segue o teu caminho, e deixa que a roam até ao osso.

Fé que não duvida é fé morta.

Foram sempre os poetas, homens apaixonados pela glória, a contar a vaidade desta.

O nome é em certo sentido a própria coisa; dar nome às coisas é conhecê-las e apropriar-se delas; a denominação é o ato da posse espiritual.

O amor não se confunde com a vida, não é amor verdadeiro; o verdadeiro amor é hábito.

A mulher veste-se para as demais mulheres, e não para os homens, nem sequer para aquele a quem mais quer.

Todos têm o seu método tal como todos têm a sua loucura; mas só consideramos sensato aquele cuja loucura coincide com a da maioria.

Não são as nossas ideias que nos fazem otimistas ou pessimistas, mas o otimismo e o pessimismo de origem fisiológica que fazem as nossas ideias.

A ciência tira a sabedoria das pessoas e costuma convertê-las em fantasmas carregados de conhecimentos.

O belo é o supérfluo, o que não tem o seu fim em si, a flor da vida.