Livros de Marcel Proust

Sobre o Autor

Marcel Proust

Valentin-Louis-Georges-Eugène-Marcel Proust (10 de Julho de 1871 - 18 de Novembro de 1922) foi um intelectual francês, um escritor de romances e ensaios e crítico literário, conhecido sobretudo pela sua obra "Em busca do tempo perdido" (À la recherche du

Melhores Livros de Marcel Proust

Se um tanto de sonho é perigoso, não é menos sonho que há-de curá-lo, e sim mais sonho, todo o sonho. É preciso conhecer totalmente os nossos sonhos, para não sofrermos mais com eles.

A felicidade é no amor um estado anormal.

A natureza parece quase incapaz de produzir doenças que não sejam curtas. Mas a medicina encarrega-se da arte de prolongá-las.

Acreditar na medicina seria a suprema loucura se não acreditar nela não fosse uma maior ainda, pois desse acumular de erros, com o tempo, resultaram algumas verdades.

O amor mais obcecante para alguém é sempre o amor de outra coisa.

O amor é o espaço e o tempo tornados sensíveis ao coração.

A realidade apenas se forma na memória; as flores que hoje me mostram pela primeira vez não me parecem verdadeiras flores.

Nós só conhecemos as paixões dos outros, e o que chegamos a saber das nossas, é deles que podemos aprender.

Só nos curamos de um sofrimento depois de o haver suportado até ao fim.

A felicidade é salutar para os corpos, mas é o desgosto que desenvolve as forças do espírito.

O nosso eu é edificado pela superposição de estados sucessivos. Mas essa superposição não é imutável, como a estratificação de uma montanha. Levantamentos contínuos fazem aflorar à superfície camadas antigas.

Em amor é um erro falar-se de uma má escolha, uma vez que, havendo escolha, ela tem de ser sempre má.

Aquilo que se aproxima, não é a comunhão das opiniões, mas a consanguinidade dos espíritos.

Acontece com a velhice o mesmo que com a morte. Alguns enfrentam-nas com indiferença, não porque tenham mais coragem do que os outros, mas porque têm menos imaginação.

Não é apenas a arte que põe encanto e mistério nas coisas mais insignificantes; esse mesmo poder de relacioná-las intimamente conosco é reservado também à dor.

Deixemos as belas mulheres aos homens sem imaginação.

Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras.

Passamos a vida a mentir, até, sobretudo, talvez apenas, àqueles que amamos. Com efeito, somente esses podem pôr em perigo os nossos prazeres e fazer-nos desejar a sua estima.

Às vezes, sem o sabermos, o futuro está em nós, e as nossas palavras supostamente mentirosas descrevem uma realidade que está próxima.

É espantoso como o ciúme, que passa o tempo a fazer pequenas suposições em falso, tem pouca imaginação quando se trata de descobrir a verdade.

Certas recordações são como os amigos comuns, sabem fazer reconciliações.

O sono é como uma outra casa que poderíamos ter, e onde, deixando a nossa, iríamos dormir.

Os homens podem ter várias espécies de prazer. O verdadeiro é aquele pelo qual eles deixam outro.

Os paradoxos de hoje são os preconceitos de amanhã.

Apenas amamos aquilo que não possuímos por completo.

A constância dum hábito está em relação com o seu absurdo.

Há males de que não se deve buscar a cura, porque só eles nos protegem contra males mais graves.

Deixemos as mulheres bonitas aos homens sem imaginação.

Aquilo que para nós faz a felicidade ou a infelicidade da nossa vida constitui para qualquer outro um fato quase imperceptível.

Menosprezamos facilmente um objetivo que não conseguimos alcançar ou que alcançámos definitivamente.