Livros de Caio Fernando de Abreu

Sobre o Autor

Caio Fernando de Abreu

Caio Fernando Loureiro de Abreu (1948 - 1996) foi um jornalista e escritor brasileiro.

Melhores Livros de Caio Fernando de Abreu

As coisas bonitas já não acontecem mais.

Abaixo a razão e o pensamento! O negócio é só sentir, meu irmão, só sentir.

(…) o inverno chegando depressa, um frio de rachar. Na alma mesmo.

…as coisas acontecem do jeito que acontecem e estão certas assim. Não me arrependo de nada. Mas vezenquando passa pela cabeça um “ah, podia ter sido diferente…

Livrai-me de tudo que me trava o riso.

“Única pessoa a quem devo dar satisfação é a mim próprio. Entenda isso.”

Socega, o que vai acontecer, acontecerá.

Sempre fui um pouco áspero, fechado, sempre tive dificuldade de receber amor. (…) Na verdade, eu sempre precisei de afeto, só que antes eu não admitia.

Você me provoca,você me pertuba. Joga água e sai correndo. Atira a pedra e me acerta de raspão. Me espia no escuro e mostra a língua. Me xinga.Me atiça. Invade o meu sossego. Meu refúgio. Pisa no meu ninho com os sapatos sujos. Na minha toca. Sem saber o meu tamanho, até onde vai meu bote, você me provoca achando que não há perigo

“Compreendo tudo que você diz. São coisas que me digo, também. Mas há uma diferença entre você saber intelectualmente da inutilidade das procuras, da insaciabilidade — vixe, que palavra! — do corpo e conseguir passar isso para o seu comportamento — tomar ato o que é pensamento abstrato. Os caminhos são individuais/intransferíveis.”

Gosto de pensar assim que quem já morreu fica num lugar quentinho, que a gente não vê, cuidando de quem ainda não morreu. E se você quiser agradar a essa pessoa, é só fazer coisas que ela gostava. Aí ela fica ainda mais quentinha e cuida ainda melhor da gente.

Como se a gente tivesse obrigação de fazer alguma coisa toda noite. Só porque é sábado. Essa obsessão urbanóide de aliviar a neurose a qualquer preço nos fins de semana, pode? Tenho vontade de dizer nada, não vou fazer absolutamente nada. Só talvez, mais tarde, se estiver de saco muito cheio, tentar o suicídio.

Há uma distância enorme entre eu e as pessoas. Estou chegando de experiências que elas não tiveram - e eu não estou sabendo o que elas viveram nesse tempo que fiquei fora. E difícil, difícil. Como começar tudo de novo. Até reencontrar os pontos de contato, leva tempo. Entre eu e as pessoas. Entre eu e a terra. Entre mim e eu.

Meu coração é um entardecer de verão, numa cidadezinha à beira-mar. A brisa sopra, saiu a primeira estrela. Há moças na janela, rapazes pela praça, tules violetas sobre os montes onde o sol se p6os. A lua cheia brotou do mar. Os apaixonados suspiram. E se apaixonam ainda mais.

“Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo.”

Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo.

Não quero me tornar uma pessoa pesada, frustrada, amarga. Não vou me tornar assim.

Porque, pra viver de verdade, a gente tem que quebrar a cara.

Enfim, tenho agradecido por estar vivo e ter andado por onde andei e ter vivido tudo o que vivi e ser exatamente como sou.

Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como Eu gosto de você. Gosto de mim.

Existe sempre alguma coisa ausente.

Ando me preocupando demais por alguém que tá longe de merecer qualquer tipo de afeto.

Dói e é incômodo. Vontade de não saber perdoar, de não ser compreensivo, tolerante — de não me contentar com o pouco.

A gente se acostuma com tudo nessa vida, mas a arte de fazer cada encontro ser diferente, essa eu deixo passar porque contigo o imprevisível é sempre a melhor opção.

Me devolve seu sorriso?

Cansei de jogar indiretas. Da próxima vez, jogo gasolina e acendo um fósforo.

Você tem que parar de sentir falta, de quem não sente de você.

[...] Ele me toca, mexe comigo. Talvez eu esteja assim todo lisonjeado porque alguém parece prestar tanta atenção em mim.

Eu queria que em um dia qualquer, você chegasse de fininho, me abraçasse apertado e dissesse: Senti sua falta.

“Descobri coisas deliciosas a meu respeito, como por exemplo, uma pessoa superficial e de mentira jamais aguentaria ficar perto de mim.”