Livros de Antoine Rivarol

Sobre o Autor

Antoine Rivarol

Antoine de Rivarol (26 de junho de 1753, Bagnols, Languedoc - 11 de abril de 1801), foi um escritor francês.

Melhores Livros de Antoine Rivarol

Nada assombra quando tudo assombra: é a idade das crianças.

Os filósofos são mais anatomistas que os médicos: dissecam, mas não curam.

Um pouco de filosofia nos afasta da religião; muita filosofia a ela nos reconduz.

Se é verdade que as conjurações são, por vezes, montadas por pessoas de espírito, são, contudo, executadas por animais ferozes.

A razão é composta de verdades que devem ser ditas e de verdades que devem ser caladas.

É preciso haver fome de pobre para se gozar bem da riqueza.

Há homens que não conseguem obter mais nada da sua riqueza além do medo de a perder.

É uma terrível superioridade nada ter feito, mas não se deve abusar disso.

O homem modesto tem tudo a ganhar e o orgulhoso tudo a perder: é que a modéstia tem sempre a ver com a generosidade e o orgulho com a inveja.

Quando a virtude se mostra unida ao talento, coloca um grande homem acima da sua glória.

Os meios que tornam um homem susceptível de fazer fortuna são os mesmos que o impedem de a gozar.

Quando a fortuna nos dispensa do trabalho, a natureza sobrecarrega-nos de tempo.

Nada surpreende quando tudo surpreende: é o estado das crianças.

Há momentos em que o governo perde a confiança do povo, mas não conheço momentos em que o governo possa confiar no povo. O povo concede o seu favor, nunca a sua confiança.

O amor, no seu estado social, talvez não tenha nada razoável senão a sua loucura.

A vaidade faz mais gente feliz do que o orgulho.

A amizade entre as mulheres é apenas uma trégua nas hostilidades.

Não ter feito nada é certamente uma grande vantagem, mas não se deve abusar.

É mais fácil para a imaginação compor um inferno com a dor, que um paraíso com o prazer.

Existem duas verdades que nunca podem ser separadas neste mundo: 1ª que a soberania reside no povo; 2ª que o povo nunca deve exercê-la.

Quando os povos deixam de ter estima, deixam de obedecer. Regra geral as nações que os reis reúnem ou consultam começam por votos e acabam por vontades.

O avaro faz troça do pródigo, o pródigo do avaro.

Um pouco de filosofia afasta-nos da religião; muita filosofia faz-nos voltar a ela.

Quando uma pessoa má pratica o bem, pode avaliar-se por tal esforço todo o mal que prepara.

Há virtudes que só se podem exercer quando se é rico.

Os reis continuarão a perder a cabeça enquanto trouxerem a coroa mais sobre os olhos do que sobre a fronte.

A devota crê nos devotos, a não-devota crê nos filósofos; mas ambas são igualmente crédulas.

A gramática é a arte de arredar as dificuldades de uma língua; mas é preciso que a alavanca não seja mais pesada do que o fardo.